terça-feira, maio 04, 2004

24 horas?

A vida corre a passos largos.
Engraçado o dia ter 24 horas e, no entanto, parecerem menos do isso. Lembro-me de na minha infância que, as férias grandes eram isso mesmo...GRANDES, as datas festivas demoravam imenso a chegarem, quer fosse o Aniversário ou o Natal, em especial.
Hoje, bem hoje até para o meu filho com apenas 7 anos, acha que o tempo passa a correr, mais depressa do que ele queria, mais depressa do que eu queria. Porque será, se tal como já disse, as 24 horas continuam a ser 24 horas?
Será porque agora existem mil e uma coisas para fazer, mesmo as que não servem para nada, que nos rouba tempo?
Será porque o trabalho agora é mais intenso do que era antes?
Será porque queremos fazer imensas coisas ao mesmo tempo e, em tempos idos fazíamos uma atrás da outra?
Não me sinto velho e, como costumo dizer, ainda vou a ¼ do que espero viver (visão optimista), mas as coisas parecem passar a correr.
Ás vezes penso, visão ficçionista talvez, que estamos perante uma alteração do que é denominado espaço/tempo, ou seja, a compressão do tempo face ao espaço em que estamos, isto é, o espaço é o mesmo mas, as 24 horas que aparentemente o são, não chegam a ser.
Bem, acho que por hoje já divaguei um pouco por uma área que me é querida, a ficção cientifica, se bem que o que hoje é ficção amanhã poderá ser realidade.
O tempo passa e nem nos damos conta.
Deitamo-nos e logo já está na hora de nos levantarmos.
Começamos a trabalhar e quando parece que estamos a começar a fazer algo, já chegou a hora de sair.
Ainda “ontem” nasceu o meu filho e já vai com 7 anos.
Queria que o dia tivesse mais horas, mais outras tantas.
Mais algumas horas para poder vê-lo crescer, tal como se vê uma flor;
Mais algumas horas para poder vê-lo crescer, tal como se vê nascer e crescer o dia.
Mais algumas horas para poder perde-las comigo e com a minha família. Poder escrever e pintar. Olhar os contornos do rosto da minha mulher, ver os seus doces olhos nos riscos e rabiscos do ponto de cruz.
É uma utopia sei disso, mas...é bom sonhar e pensar que o que sonhamos um dia, poderá ser uma realidade noutro.
Afinal, porque me queixo eu da falta de tempo se, por volta das 18:00 já estamos em casa quando, milhares de famílias a essa hora ainda estão a sair dos seus trabalhos? Não tenho razões para tal...ou tenho?

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