Ontem, terça-feira dia 12 de Maio. Dia da procissão de velas do culto Mariano. Véspera da aparição de Maria aos 3 pastorinhos.
Ontem as velas foram por um ser humano, uma pessoa como eu, como nós, que foi macabramente assassinada...decapitada por extremistas.
Seja de que raça for, credo, cor ou convicção política, nada justifica o que se viu, o que vejo na minha mente vezes sem conta.
Quais terão sido as sensações, sentimentos ou emoções que naquela fracção de segundo sentiu?
Sensações naquela altura, poucas ou nenhumas.
Sentimentos, muitos de certeza. Deve ter visto toda a sua vida num abrir e fechar de olhos. Bons momentos, quase de certeza. Do nascimento até aquele minuto derradeiro.
Emoções...emoções...emoções, deve ter sentido, mais que não fosse, naquele momento em que sentiu o gume gelado da espada encostado ao pescoço quente, do sangue que corria nas sua veias.
Faz-me pensar...que afinal as imagens que têm corrido mundo, sobre atrocidades cometidas aos prisioneiros iraquianos, não passam de meras brincadeiras de crianças...ao pé destas imagens frias e desumanas que todos nós assistimos.
Leva-me a pensar que o pior ainda não chegou a acontecer, ou seja, aquele sentimento quase animal que dá pelo nome de Vingança. A vingança que os Americanos irão cometer, em nome do seu povo, do seu credo, da sua cor...fria, sem cor ou rosto. Agora, e não sendo eu pessimista, irá assistir-se a um agravar das atrocidades entre seres humanos, entre iraquianos e americanos, entre cristãos e muçulmanos.
Para aquele ser humano, deve ter sido uma fracção de segundo comparável a horas...
Choro por “ele” e por todos “eles” que são assassinados sem dó nem piedade.
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