terça-feira, novembro 30, 2004


"Todas as cartas de amor são ridículas. Não seriam cartas de amor se não fossem ridículas. Também escrevi em meu tempo cartas de amor. Como as outras, ridículas..."
- Fernando Pessoa
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domingo, novembro 28, 2004

Dimocracia ou democracia?

(sobre)Vivemos numa dimocracia
onde o simples facto de casar
já é um artigo de luxo
a ser inscrito nos impressos do IRS

(sobre)Vivemos numa dimocracia
onde ainda o útero materno
não passa de uma mistura
de desejos entre um homem e uma mulher
e já se gastam rios de dinheiro
em consultas, vitaminas e mais não sei o quê

(sobre)Vivemos numa dimocracia
onde ao fim de longos quatro meses
a peso de ouro (na grande maioria dos casos)
deixamos parte de nós
entregue a parte de vós (em que por vezes)
chegando ao fim do dia
somos recompensados com marcas visíveis
do excesso de vocação

(sobre)Vivemos numa dimocracia
num país de paradoxos
em que a democracia é jovem
mas o povo envelhecido
onde se gastam fortunas
em casais inférteis
com tantas crianças
há espera de um mero apelido

(sobre)Vivemos numa dimocracia
feita por políticos
com as trompas laqueadas
que culminam
em leis vasectómicas.

quarta-feira, novembro 24, 2004


No inicio...
caos sempre houve...
mas depois de muito caos...
a aparente ordem apareceu...
a ordem sem ordem...
o caos sem o ser...

Apareceste tu...
no meio da neblina matinal...
e como um raio de Sol no meio da noite celestial...
iluminaste o meu ser...
nesta janela virada para as estrelas...
nesta janela virada para o azul manso do mar...
que me embala no berço da vida.

Do centro do universo em que...
habita o meu coração...
tu, e só tu, fizeste sentir-me...
que afinal eu não era o único filho.
Fizeste-me sentir que afinal...
a minha mãe...sem te ter tido,
o meu pai...sem te ter concebido,
és minha irmã sem o seres,
amamo-nos como loucos
em qualquer parte
em parte incerta...
sem ser incesto.


No inicio....
bem, no inicio estamos nós...dois...e mais ninguém.
Por esta estrada fora,
por este oceano imenso,
por este espaço vazio cheio de estrelas,
iremos nos...passeando,
como quem está sentado num banco a beira mar
a contemplar as ondas no seu eterno vai e vem,
a sentir a erva a crescer,
e ouvir o silencio dos pensamentos. Posted by Hello

segunda-feira, novembro 22, 2004

Deserto florido e fresco


Na minha vida anterior devo ter sido nómada ou eremita...
Ou então é o que deveria ter sido nesta e não sou...
Talvez na próxima o seja...não sei.
Uma coisa é certa...penso que essa é a minha vocação.
Ser um humano errante...
Solitário sem o ser...
Anacoreta sem ser religioso ou penitente...
Um mensageiro com algo para dizer...
Alguém que na devida altura teria uma palavra de conforto...
Não me sinto nenhum messias, nem seria isso que queria...
Apenas sinto...que se fosse só sem o ser, possivelmente seria mais...
Posted by Hello

sexta-feira, novembro 19, 2004

A Noite


A noite...
é minha confidente
minha companheira
e minha alma gémea.

À noite...
algo em mim se transforma
sou outra pessoa sendo a mesma
estou mais predisposto
mais sensível
mais nostálgico
mais carente
mais elevado em termos espirituais.

Nas noites quentes ou frias...
apetece-me escrever
apetece-me estar só, na companhia das estrelas e do tom escuro da própria noite
apetece-me ir ao encontro de mim mesmo, apesar de estar ali
apetece-me...algo
algo que ainda não descobri.

A noite transcende-me espiritualmente em todos os sentidos.
Não querendo exagerar...sinto que na Noite o meu Eu acorda, enquanto de dia está (estará) adormecido.
Posted by Hello

quarta-feira, novembro 17, 2004

Tu que partes sem partir

Tu que partes
mesmo sem partires
deixas algo de ti aqui
levas um pouco de nós

Saudade
palavra nossa
é aquilo que fica
nos nossos corações

Do teu jeito de ser
com palavras ditas de forma diferente
é nessa singularidade
que reside a tua simpatia

Das tuas palavras doces
aconchego da nossa alma
fica o teu olhar sereno
e o teu sorriso cor de mar

Partes sem partires
com a razão do teu lado
mas sentimos no intimo
que o coração aqui fica

Não chores com vontade
que é tua intenção
porque longe que estejas
estarás sempre ao nosso lado.

17 de Novembro de 2004

(Dedicado a uma Amiga que amanhã irá para outro serviço, provisóriamente é certo)

terça-feira, novembro 16, 2004


Pai
(Fábio Júnior)


Pai, pode ser que daqui há algum tempo,
haja tempo pra gente ser mais, muito
mais que dois grandes amigos...pai e filho, talvez...

Pai, pode ser que daí você sinta qualquer coisa
entre esses vinte ou trinta longos anos em busca de paz...

Pai, pode crer eu estou bem, eu vou indo,
estou tentando, vivendo e pedindo,
com loucura pra você, renascer...

Pai, eu não faço questão de ser tudo.
Só não quero e não vou ficar mudo,
pra falar de amor pra você...

Pai, senta aqui que o jantar tá na mesa,
fala um pouco, tua voz tá tão presa,
me ensina esse jogo da vida,
onde a vida só paga pra ver

Pai, me perdoa essa insegurança,
é que eu não sou mais aquela criança
que um dia morrendo de medo
nos teus braços você fez segredo
Nos teus passos você foi mais eu

Pai, eu cresci e não houve outro jeito,
quero só recostar no seu peito
pra pedir pra você ir lá em casa
e brincar de vovô
com meu filho no tapete da sala de estar

Pai, você foi meu herói, meu bandido,
hoje é mais, muito mais que um amigo,
nem você, nem ninguém está sozinho...
Você faz parte deste caminho, que hoje
eu sigo em paz... Pai, pai, pai...

(Dedicado ao meu Pai, esteja onde estiver)
Posted by Hello

domingo, novembro 14, 2004


A paz, a harmonia, a compreensão...estes e outros valores para o Mundo do Amanhã, já que para o de Hoje... Posted by Hello

sexta-feira, novembro 12, 2004


Melhor visão da espiritualidade do homem face ao Eterno desconhecido (tenha o nome que lhe queiram dar) não encontro, apesar dos inúmeros quadros.
A transparência dos apóstolos face à Luz que os invade é espiritualmente relaxante e repousante. Posted by Hello

quarta-feira, novembro 10, 2004


No meio deste Azul na noite eterna que nos cobre, estaremos realmente sós ou, o que pensamos ser vida inteligente está para além dos nossos actuais conhecimentos? Posted by Hello

terça-feira, novembro 09, 2004

O mistério da "Rosa Azul"

Encontrei este poema, penso que na sua versão original. É um poema muito belo e inspirador. Estive para fazer uma tradução livre do mesmo mas, penso que cada um faça a sua tradução e sinta as palavras no seu todo, na sua origem.


"The mystery of the "Blue Rose"

The mystey of the blue rose,
is something few can understand.
It brings forth a special magic
into this barren land.
In all its beauty and its splendor,
there`s so much more we cannot see.
The bule rose holds the answer
to the maze of fantazy.
To see a blue rose in this world,
would be the moste amazing sight!
Because my friends you have to realize,
the chances of that are slight.
But these people do not believe.
These people do not care,
that the sight of a blue rose,
means that magic is in the air.
They cannot see the gypsies,
hiding behind the tree.
They just don`t understand, you see.
Come my friends, we must unite!
To help these people dream.
About the mystery of the blue rose, and the things they`ve never seen.

(autor desconhecido)

domingo, novembro 07, 2004

Divagações de uma pobre alma

Gostava de ser pássaro, mas não um qualquer;
Gostava de ser peixe, mas não um qualquer;
Gostava de ser bicho, mas não um qualquer;
Gostava de ser planta, mas não uma qualquer;
Gostava de ser pedra, mas não uma qualquer;
Gostava de ser qualquer coisa, mas não uma coisa qualquer.

Um pássaro é livre de voar por onde quiser;
Um peixe é livre de nadar por onde quiser;
Um bicho é livre de andar por onde quiser;
Uma planta é livre de crescer por onde quiser;
Uma pedra é livre de rolar por onde quiser;
Qualquer coisa é livre, mais livre do que eu!

Não sou pássaro para voar por onde quero;
Não sou peixe para nadar por onde quero;
Não sou bicho para andar por onde quero;
Não sou planta para crescer por onde quero;
Não sou pedra para rolar por onde quero;

Sou apenas um homem solitário que se encontra preso,
Preso a este mundo cheio de preconceitos e leis,
Preso com correntes e amarras a um mundo que não é o meu.
O meu mundo é lá... em cima, nas estrelas que daqui debaixo se vêem,
elas chamam por mim, mas eu não consigo...não posso.

Talvez a minha missão fosse outra que não esta;
Talvez a minha existência tenha chegado ao fim;
Talvez o meu mundo não seja realmente este;
Talvez esteja a pagar erros passados;
Talvez mereça esta prisão solitária
ou então

A minha missão é mesmo esta;
A minha existência tenha agora começado;
O meu mundo seja realmente este;
Não esteja a pagar erros passados;
Não esteja preso nem solitário.

Mas então se assim é...

Como, onde e porquê?
É que cada dia que passa, mais fraco me sinto.
Preciso, necessito, careço e reclamo por um pouco de Luz.
Uma Luz que ilumine o meu caminho,
que me ajude nos momentos mais difíceis,
que me ampare quando estiver quase a cair;
... apenas um pouco de Luz.

Será pedir muito, para um pobre servo como eu, meu Deus e Senhor?

13NOV97

sexta-feira, novembro 05, 2004


A educação de um filho é uma tarefa tão difícil. Nos dias em que vivemos, com tantos factores externos a influencia-los pela negativa é uma missão quase Herculiana...mas não impossível de todo.
Será que estou a educar bem o meu? (Possivelmente a pergunta de muitos pais). Posted by Hello

quinta-feira, novembro 04, 2004


Nesta estação do ano, amarela por natureza, gostava de ser um cavalo marinho para, no meio do teu oceano navegar e aprofundar os meus conhecimentos de ti...meu Amor. Posted by Hello

terça-feira, novembro 02, 2004

A espera

De cigarro no canto dos lábios
vermelhos de tesão
no teu intimo mais profundo
caminham pensamentos dispersos
sedentos de paixão
vagueando pelo universo
da tua mente
das tuas ideias
dos teus pensamentos
multicolores ou translúcidos

De cigarro no canto dos lábios
sentes o teu corpo pedir
mais de ti
mais do outro
num acto uno a dois
onde o masculino se mistura com o feminino
e o amor se transforma em sexo ardente

De cigarro no canto dos lábios
vermelhos usados e abusados
por homens sem rosto
com alturas e comprimentos diversos
os teus pensamentos concretos
ardentes de ilusão
vão-se esfumando aos poucos
tal como o cigarro
que agora acabou.

2 de Novembro de 2004