domingo, novembro 07, 2004

Divagações de uma pobre alma

Gostava de ser pássaro, mas não um qualquer;
Gostava de ser peixe, mas não um qualquer;
Gostava de ser bicho, mas não um qualquer;
Gostava de ser planta, mas não uma qualquer;
Gostava de ser pedra, mas não uma qualquer;
Gostava de ser qualquer coisa, mas não uma coisa qualquer.

Um pássaro é livre de voar por onde quiser;
Um peixe é livre de nadar por onde quiser;
Um bicho é livre de andar por onde quiser;
Uma planta é livre de crescer por onde quiser;
Uma pedra é livre de rolar por onde quiser;
Qualquer coisa é livre, mais livre do que eu!

Não sou pássaro para voar por onde quero;
Não sou peixe para nadar por onde quero;
Não sou bicho para andar por onde quero;
Não sou planta para crescer por onde quero;
Não sou pedra para rolar por onde quero;

Sou apenas um homem solitário que se encontra preso,
Preso a este mundo cheio de preconceitos e leis,
Preso com correntes e amarras a um mundo que não é o meu.
O meu mundo é lá... em cima, nas estrelas que daqui debaixo se vêem,
elas chamam por mim, mas eu não consigo...não posso.

Talvez a minha missão fosse outra que não esta;
Talvez a minha existência tenha chegado ao fim;
Talvez o meu mundo não seja realmente este;
Talvez esteja a pagar erros passados;
Talvez mereça esta prisão solitária
ou então

A minha missão é mesmo esta;
A minha existência tenha agora começado;
O meu mundo seja realmente este;
Não esteja a pagar erros passados;
Não esteja preso nem solitário.

Mas então se assim é...

Como, onde e porquê?
É que cada dia que passa, mais fraco me sinto.
Preciso, necessito, careço e reclamo por um pouco de Luz.
Uma Luz que ilumine o meu caminho,
que me ajude nos momentos mais difíceis,
que me ampare quando estiver quase a cair;
... apenas um pouco de Luz.

Será pedir muito, para um pobre servo como eu, meu Deus e Senhor?

13NOV97

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