"É impossível proceder ao infinito na série dos seres que se geram sucessivamente. Deve-se admitir, por isso, que existe um ser necessário que tenha em si toda a razão de sua existência, e do qual procedam todos os outros seres. A este chamamos Deus. "
(S. Tomás de Aquino)
Aqui será a areia fina...a falésia...onde, entre voos, poisarei para descansar e meditar, depois voltar a voar entre o azul do mar e o azul do céu.
segunda-feira, janeiro 30, 2006
domingo, janeiro 29, 2006
Eleane (em memória do meu passado) 3º Capitulo
- O Pai Natal a mim, nunca me trouxe nada do que eu queria, só me dá roupa e sapatos. - disse a pequena.
- E o que é que querias que ele te trouxesse? - perguntou ela.
- Queria que me trouxesse uma casa e uns Pais.
- E não querias antes que ele te trouxesse os teus Pais?
- Não. Se os meus Pais me deixaram atrás, não são os meus verdadeiros Pais. Se fossem tinham-me levado com eles, não é?
- Até um certo ponto tens razão Eleane, mas tens que pensar que, se calhar, foi para teu bem que te deixaram, não achas?
- Talvez, mas os meus verdadeiros Pais serão aqueles que me levarem para todo o lado onde forem.
Depressa chegou a noite de Natal. Todos andaram num virote o dia todo para o jantar sair uma coisa de luxo. Havia diversos doces, sobremesas, aperitivos e do bacalhau nem se fala. Só de pensar nele... estivessem lá que viam o que é que eu quero dizer.
Durante o jantar fartaram-se de rir. Via-se que havia alegria e felicidade naquela família...Oh! Desculpem, família por alguns dias, claro.
- Agora tenho que ir para a cama, não é Senhora Catarina. É para o Pai Natal me trazer uma prenda.
- É sim, Eleane. Pode ser que o Pai Natal te traga uma prenda diferente das que te tem trazido. Amanhã de manhã, quando te levantares, já deves ter qualquer coisa no sapatinho. - disse ela.
Naquela noite custou-lhes a adormecer. Talvez por ser véspera de Natal, talvez por...
- O que será que a Senhora Catarina e o Senhor Sérgio me vão oferecer? - pensou a pequena.
- Achas que ela vai gostar das prendas que lhe compramos? - perguntou o Sérgio.
- Acho que sim, pelo menos comprámos com gosto e sem olhar a preços. - respondeu a Catarina.
Ainda não eram sete da manhã, já a pequena batia à porta do quarto do casal.
- Senhora Catarina... Senhor Sérgio, posso ir ver o que é que o Pai Natal me trouxe? Posso? Prometo não estragar o presépio. - perguntou a pequena como se fosse uma coisa extraordinária. Como se nunca tivesse tido um Natal e aquele fosse o seu primeiro... e até de certo modo era-o.
(Continua)
sábado, janeiro 28, 2006
Eleane (em memória do meu passado) - 2º Capitulo
Trouxeram-lhes uma menina que aparentava ter 8 ou 9 anos no máximo. Tinha cabelos curtos e loiros, e olhos de um azul escuro. Vestido, trazia uma saia xadrez e uma blusa branca rendada no colarinho. Quando os viu, os seus pequenos olhos brilharam de alegria, mas ao mesmo tempo, apresentava uma expressão de desconfiança.
- Como é que te chamas, minha pequena? - perguntou a Senhora, que até então tinha estado calada.
- Eleane, minha senhora. - respondeu a pequena.
- Só Eleane?
- Só! Sabe, ela quando veio para cá tinha dois anos e os seus pais emigraram. A partir daí, nunca mais soubemos nada deles. Apenas que se chamava Eleane. - interpelou a Senhora da casa.
- É um nome bonito, sabias? - disse o Senhor.
- Dizem que é... - respondeu a pequena.
- E quantos anos tens?
- Tenho nove. – respondeu.
- Então já estás uma mulherzinha. - afirmou a Senhora.
A pequena riu-se da observação feita pela jovem senhora.
- Quando é que os Senhores pensam trazê-la de volta?
- Bem, se não houver problemas de maior, seria no dia 27. Acha bem?
- Não! Por mim não há problema! Apenas terá então que preencher alguns papeís, meras formalidades, como deve compreender.
Os dois dias seguintes passaram num abrir e fechar de olhos. Ele foi, passeios, diversões, brincadeiras, risos e muita conversa a mistura. Na rua quem olhasse para aquelas três pessoas diria sem hesitar:
- Olha para aquele casal feliz a passear com a sua filha. Até dá gosto ver uma família assim.
- Sabes Eleane, amanhã é a véspera de Natal! - exclamou a Senhora.
- Sei sim. Mas o que é a véspera de Natal? - perguntou a pequena.
- A véspera de Natal significa que no dia seguinte o Menino Jesus nasceu numa manjedoura em Belém e não num palácio. A família junta-se toda, faz-se um jantar especial onde se come coisas muito boas, e os mais pequenos como tu vão para a cama cedo, que é para o Pai Natal trazer muitas prendas. - respondeu ela.
sexta-feira, janeiro 27, 2006
Meu Porto de abrigo
Tantas chamadas que recebi
Tantas palpitações que senti
O Amor tem destas coisas
E nem é preciso sermos noivas
Livro pra traduzir
Escada de subir
Tantos queijos por correio
E noitadas pelo meio
Ramos de Rosas pla manhã
Na cama ou no divã
Web câmaras com sorrisos
Apesar de muitos avisos
Serões no serviço
Marido e filhos nem por isso
Desejos e tensões
Mais beijos e sensações
No telemóvel nomes típicos dos Açores
O baixo-ventre com arrepios e tremores
Controle remoto do computador
Talvez um Porche aí que dor
Cafés da manhã com ternura
Chamadas telefónicas com doçura
Tanto amor para lhe dar
Pedro contigo eu quero casar
Tantas chamadas que recebi
Tantas palpitações que senti
O Amor tem destas coisas
E nem é preciso sermos noivas
Livro pra traduzir
Escada de subir
Tantos queijos por correio
E noitadas pelo meio
Ramos de Rosas pla manhã
Na cama ou no divã
Web câmaras com sorrisos
Apesar de muitos avisos
Serões no serviço
Marido e filhos nem por isso
Desejos e tensões
Mais beijos e sensações
No telemóvel nomes típicos dos Açores
O baixo-ventre com arrepios e tremores
Controle remoto do computador
Talvez um Porche aí que dor
Cafés da manhã com ternura
Chamadas telefónicas com doçura
Tanto amor para lhe dar
Pedro contigo eu quero casar
27 de Janeiro de 2006
(pequeno poema feito em jeito de carolice, pensamentos perdidos onde a musica de fundo é a Ternura dos 40)
terça-feira, janeiro 24, 2006
Eleane (Em memória do meu passado)
Em 6 capitulos, por assim dizer, aqui irei por um conto escrito por mim em tempos idos...para variar.
Eleane
(Em memória do meu passado)
Eles tinham-se casado há bem pouco tempo. Cerca de um mês e meio. Devido à vida que ele tinha levado até então, achou que devia fazê-lo, e ela concordou.
Desde os seus 8 anos que tinha andado de casa em casa, sem lugar fixo onde ficar. Hoje em casa dos tios, amanhã em casa da madrinha..."Vivia" como se fosse uma bola de Ping-Pong, que é empurrada de um lado para outro.
Nunca tinha tido um Natal como sonhara. Não é que sonhasse com uma coisa fora do vulgar. Não! Coitado dele, sonhava apenas com um Natal em família. Um Natal em que sentisse Amor, Carinho, Ternura e Paz. Prendas? Isso era para ele supérfluo. Apenas o calor humano de uma família bastava-lhe.
Até se ter casado, esse sonho continuou isso mesmo, Um Sonho.
Sempre pensou que, se não se realizasse esse sonho para si, quando pudesse, torná-lo-ia verdadeiro para quem ainda fosse um sonho.
Ambos foram aquela pequena casa, onde muitas crianças sem família, pensavam como ele em tempos pensara: ter um Natal.
- Os Senhores, preferem menino ou menina? - perguntou a Senhora responsável por aquela casa.
- Tanto faz! - responderam.
- E têm preferência na idade? - insistiu de novo a Senhora.
- Dos 8 aos 10, isto se for possível.
- E posso saber o porquê? - perguntou-o com um ar desconfiado.
- Talvez, porque, nestas idades, os sonhos que têm começam aos poucos a desvanescerem, e a não acreditarem neles. Aos poucos vão-se tornando em pesadelos e começam a duvidar de tudo e de todos que os rodeia. Aos poucos fecham-se para o mundo. Compreende a Senhora onde eu quero chegar?
- O Senhor é que sabe! Eu cá por mim só não quero é que maltratem as minhas crianças, de resto... todos os que aqui vêm, lá têm as suas razões.
(continua)
quinta-feira, janeiro 12, 2006
Sentimento sentido
Chora se te consola e acalma
Porque essas lágrimas
Vêm de dentro do teu Coração
Como a pureza dos sentimentos
Que tens pela pessoa que partiu
Chora tudo agora
Pelo corpo que aí está
Frente a ti
E que à terra irá ser depositado
E em pó se transformará
Essa dor que dentro de ti sentes
É um misto de tristeza profunda
E alegria imensa porque
À terra será apenas um aglomerado de células
Enquanto a Alma, essa, libertou-se e está junto de Deus
Lembra-te
Meu bom Amigo
Que a mortalidade do corpo
Contrasta com a imortalidade da essência
E apesar do corpo deixar de se ver
Sentirás sempre a presença dela no teu âmago
Com o tempo
Deixarás de sentir essa dor
Da separação forçada, dura e brutal
E passarás a sentir a presença
Afável, meiga e conselheira por vezes
Qual Anjo junto de ti.
11 de Janeiro de 2006
Porque essas lágrimas
Vêm de dentro do teu Coração
Como a pureza dos sentimentos
Que tens pela pessoa que partiu
Chora tudo agora
Pelo corpo que aí está
Frente a ti
E que à terra irá ser depositado
E em pó se transformará
Essa dor que dentro de ti sentes
É um misto de tristeza profunda
E alegria imensa porque
À terra será apenas um aglomerado de células
Enquanto a Alma, essa, libertou-se e está junto de Deus
Lembra-te
Meu bom Amigo
Que a mortalidade do corpo
Contrasta com a imortalidade da essência
E apesar do corpo deixar de se ver
Sentirás sempre a presença dela no teu âmago
Com o tempo
Deixarás de sentir essa dor
Da separação forçada, dura e brutal
E passarás a sentir a presença
Afável, meiga e conselheira por vezes
Qual Anjo junto de ti.
11 de Janeiro de 2006
Para o meu Amigo Luís Nunes que está a passar uma fase menos boa.
sexta-feira, janeiro 06, 2006
Apenas um número
Para muitas pessoas, ingenuos talvez, trata-se apenas de um numero
Para outras pessoas, mais atrevidas, trata-se de uma posição sexual
Por fim, para as mais maduras e sensatas, trata-se apenas de uma maneira naif da apresentação do equilibrio espiritual e mental entre o bem e o mal, que se pode ver no seguinte simbolo, muito antigo por sinal:
terça-feira, janeiro 03, 2006
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