Aqui será a areia fina...a falésia...onde, entre voos, poisarei para descansar e meditar, depois voltar a voar entre o azul do mar e o azul do céu.
quinta-feira, julho 29, 2004
Não sei como dizer, não sei como escrever mas...vou levantar voo para outras paragens, mais quentes por certo. Apenas alguns dias de descanso e repouso em outras areias, outras águas, outros mares. Talvez de lá, seja onde for, possa mandar alguns sentimentos. A todos que por aqui passam desejo um excelente mês de Agosto.
quarta-feira, julho 28, 2004
Fábula da ilha
Um bando de gaivotas em liturgia de abandono
orienta marinheiros de ignorância e cachimbo.
(o barco da cruz gramada; os pés da bússola ruindo
a mosca henriquina emigrada em sono).
na baía incendiada o grito do sossego partilha
âncoras de fundo e fumo com peixes e hortelã.
não era indício de oiro nem esfinge de sereia nem
vagabundo do sonho num deserto de cetim. era ilha!
(nas suas entranhas com vómitos de lava
sentia-se crescer a lascívia do povoamento).
----------------------------------------------------------------
ainda hoje se ouve a angústia do vento
percorrer as coordenadas do povo no mapa.
Álamo de Oliveira - Setembro de 1973
orienta marinheiros de ignorância e cachimbo.
(o barco da cruz gramada; os pés da bússola ruindo
a mosca henriquina emigrada em sono).
na baía incendiada o grito do sossego partilha
âncoras de fundo e fumo com peixes e hortelã.
não era indício de oiro nem esfinge de sereia nem
vagabundo do sonho num deserto de cetim. era ilha!
(nas suas entranhas com vómitos de lava
sentia-se crescer a lascívia do povoamento).
----------------------------------------------------------------
ainda hoje se ouve a angústia do vento
percorrer as coordenadas do povo no mapa.
Álamo de Oliveira - Setembro de 1973
terça-feira, julho 27, 2004
segunda-feira, julho 26, 2004
Pensamento a reter
"Cabe-nos a nós enquanto indivíduos fazer o que estiver ao nosso alcance, por pouco que seja. Apesar de parecer inútil apagar a luz ao sair da sala, isso não é razão para não o fazermos"
(o 14º Dalai Lama - lider religioso)
(o 14º Dalai Lama - lider religioso)
sábado, julho 24, 2004
Uma pequena lágrima
Uma pequena lágrima
rolou pelo meu rosto abaixo
Uma pequena lágrima
sem cor ou cheiro
rolou pelo meu rosto abaixo
Uma pequena lágrima
sem cor ou cheiro
credo ou religião
rolou pelo meu rosto abaixo
Uma pequena lágrima
sem cor ou cheiro
credo ou religião
singela e pura
rolou pelo meu rosto abaixo
Uma pequena lágrima
rolou pelo meu rosto abaixo
em direcção ao vazio
do oceano de lágrimas
existentes no meu Coração
Uma pequena lágrima
lágrima tão pequena
que não se vê
mas que se sente
rolou pelo meu rosto abaixo
tocou no infinito
da foz do rio
existente na minha alma
Uma pequena lágrima
mas tão grande de sentimentos
e tão simples de pensamentos
rolou pelo meu rosto abaixo
misturou-se no universo
de outras tantas lágrimas
da nascente do rio
do meu mais intimo ser
Uma pequena lágrima
rolou pelo meu rosto abaixo
por todos os seres vivos
que lamentavelmente não vivem
mas apenas sobrevivem
neste mundo que tanto tem para dar
e tão poucos tem acesso a essa dádiva
Uma pequena lágrima
rolou pelo meu rosto abaixo
rolou pelo meu rosto abaixo
Uma pequena lágrima
sem cor ou cheiro
rolou pelo meu rosto abaixo
Uma pequena lágrima
sem cor ou cheiro
credo ou religião
rolou pelo meu rosto abaixo
Uma pequena lágrima
sem cor ou cheiro
credo ou religião
singela e pura
rolou pelo meu rosto abaixo
Uma pequena lágrima
rolou pelo meu rosto abaixo
em direcção ao vazio
do oceano de lágrimas
existentes no meu Coração
Uma pequena lágrima
lágrima tão pequena
que não se vê
mas que se sente
rolou pelo meu rosto abaixo
tocou no infinito
da foz do rio
existente na minha alma
Uma pequena lágrima
mas tão grande de sentimentos
e tão simples de pensamentos
rolou pelo meu rosto abaixo
misturou-se no universo
de outras tantas lágrimas
da nascente do rio
do meu mais intimo ser
Uma pequena lágrima
rolou pelo meu rosto abaixo
por todos os seres vivos
que lamentavelmente não vivem
mas apenas sobrevivem
neste mundo que tanto tem para dar
e tão poucos tem acesso a essa dádiva
Uma pequena lágrima
rolou pelo meu rosto abaixo
sexta-feira, julho 23, 2004
Portugal...sim este país à beira mar hoje veste-se de luto. Este PEQUENO pais ficou mais pobre no campo das artes.Aqui, poderão ouvir excertos de duas composições deste GRANDE artista que foi Carlos Paredes.
quarta-feira, julho 21, 2004
terça-feira, julho 20, 2004
Pensamento
As perguntas mais simples são as mais profundas.
Onde nasceste?
Onde moras?
Aonde vais?
Que fazes?
Pensa nelas de vez em quando e verás como as tuas respostas mudam. (Richard Bach)
(Foto de Fátima Condeço)
A beleza do Alaska não se consegue descrever com palavras, apenas se sente com a alma.
Se tiveres alguns minutos, senta-te confortavelmente, liga o som (não muito alto), relaxa e sente nas imagens, aquilo que não consigo passar a escrito.
segunda-feira, julho 19, 2004
domingo, julho 18, 2004
Farol
Voa
Esvoaça
Plana
Paira no ar
percorre este mundo de lês a lês
de Norte a Sul
Este a Oeste
Voa
Esvoaça
Plana
Paira no ar
corta as correntes que te prendem
as asas a esse corpo
Voa
Esvoaça
Plana
Paira no ar
esquece que existes como pessoa
abre as asas e lança-te
desse morro
penhasco
ou falésia
Voa
Esvoaça
Plana
Paira no ar
até aquele ponto onde o céu e o mar
se confundem
se cruzem
se unem
Voa
Esvoaça
Plana
Paira no ar
percorre todo o teu ser
em busca do Santo Graal
da molécula mais finita
da tua existência
Vai
Voa
Esvoaça
Plana
Paira no ar
que Eu
estarei sempre aqui
para te guiar
e indicar o caminho
de regresso ao local
da partida.
Um pequeno poema sonhado ao ver esta foto de Marilia Campos
quinta-feira, julho 15, 2004
Um pequeno tributo a Emanuel Félix
AS RAPARIGAS LÁ DE CASA
Como eu amei as raparigas lá de casa
discretas fabricantes da penumbra
guardavam o meu sono como se guardassem
o meu sonho
repetiam comigo as primeiras palavras
como se repetissem os meus versos
povoavam o silêncio da casa
anulando o chão os pés as portas por onde
saíam
deixando sempre um rastro de hortelã
traziam a manhã
cada manhã
o cheiro do pão fresco da humidade da terra
do leite acabado de ordenhar
(se voltassem a passar todas juntas agora
veríeis como ficava no ar o odor doce e materno
das manadas quando passam)
aproximavam-se as raparigas lá de casa
e eu escutava a inquieta maresia
dos seus corpos
umas vezes duros e frios como seixos
outras vezes tépidos como o interior dos frutos
no outono
penteavam-me
e as suas mãos eram leves e frescas como as folhas
na primavera
não me lembro da cor dos olhos quando olhava
os olhos das raparigas lá de casa
mas sei que era neles que se acendia
o sol
ou se agitava a superfície dos lagos
do jardim com lagos a que me levavam de mãos dadas
as raparigas lá de casa
que tinham namorados e com eles
traíam
a nossa indefinível cumplicidade
eu perdoava sempre e ainda agora perdoo
às raparigas lá de casa
porque sabia e sei que apenas o faziam
por ser esse o lado mau de sua inexplicável bondade
o vício da virtude da sua imensa ternura
da ternura inefável do meu primeiro amor
do meu amor pelas raparigas lá de casa
Emanuel Felix
Habitação das Chuvas (1997)
quarta-feira, julho 14, 2004
Falavam-me de Amor
Quando um ramo de doze badaladas
se espalhava nos móveis e tu vinhas
solstício de mel pelas escadas
de um sentimento com nozes e com pinhas,
menino eras de lenha e crepitavas
porque do fogo o nome antigo tinhas
e em sua eternidade colocavas
o que a infância pedia às andorinhas.
Depois nas folhas secas te envolvias
de trezentos e muitos lerdos dias
e eras um sol na sombra flagelado.
O fel que por nós bebes te liberta
e no manso natal que te conserta
só tu ficaste a ti acostumado.
Natália Correia
O Dilúvio e a Pomba
Lisboa, Publicações D. Quixote, 1979
se espalhava nos móveis e tu vinhas
solstício de mel pelas escadas
de um sentimento com nozes e com pinhas,
menino eras de lenha e crepitavas
porque do fogo o nome antigo tinhas
e em sua eternidade colocavas
o que a infância pedia às andorinhas.
Depois nas folhas secas te envolvias
de trezentos e muitos lerdos dias
e eras um sol na sombra flagelado.
O fel que por nós bebes te liberta
e no manso natal que te conserta
só tu ficaste a ti acostumado.
Natália Correia
O Dilúvio e a Pomba
Lisboa, Publicações D. Quixote, 1979
terça-feira, julho 13, 2004
domingo, julho 11, 2004
Um País de Poetas
Neste País à beira mar plantado, constacto com alguma alegria que, ao ler diversos sites pessoais (alguns blogs também) que raro é aquele que não tem um pequeno poema, seja do próprio, de terceiros ou de algum Poeta famoso. Pequenos, medios e grandes.
É bonito ver isto, que afinal, neste pequeno pedaço de terra, todos nós temos um pouco de poesia dentro de nós, um pouco de nós dentro da poesia.
Que melhor poema para descrever este sentimento que nós temos dentro de nós que não o que abaixo transcrevo, de uma POETA que leio e releio vezes sem fim...
Ser Poeta
Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Áquem e de Além Dor!
É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!
É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!
E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!
Florbela Espanca
É bonito ver isto, que afinal, neste pequeno pedaço de terra, todos nós temos um pouco de poesia dentro de nós, um pouco de nós dentro da poesia.
Que melhor poema para descrever este sentimento que nós temos dentro de nós que não o que abaixo transcrevo, de uma POETA que leio e releio vezes sem fim...
Ser Poeta
Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Áquem e de Além Dor!
É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!
É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!
E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!
Florbela Espanca
sexta-feira, julho 09, 2004
quinta-feira, julho 08, 2004
Ondas (versão final)
Oh...
como eu desejo
navegar nas ondas
do teu corpo
Subir ao cume
do teu peito
descer ao centro
do teu universo
cascata de água pura
escondida no meio
de uma floresta virgem
Sentir na minha boca
o sabor adocicado
dos teus lábios
o sabor salgado
do teu baixo ventre
perdido por entre
os lençóis de cetim
que te cobrem
Selar os teus gemidos
com os meus
numa prolongada
troca de fluidos hormonais,
sentimentos,
sensações e emoções,
enquanto os nossos corpos
seriam apenas um só
Oh...
como eu desejo
navegar nas ondas
do teu corpo
e no crepúsculo da noite
amarar a ti
até há alvorada
do êxtase final.
como eu desejo
navegar nas ondas
do teu corpo
Subir ao cume
do teu peito
descer ao centro
do teu universo
cascata de água pura
escondida no meio
de uma floresta virgem
Sentir na minha boca
o sabor adocicado
dos teus lábios
o sabor salgado
do teu baixo ventre
perdido por entre
os lençóis de cetim
que te cobrem
Selar os teus gemidos
com os meus
numa prolongada
troca de fluidos hormonais,
sentimentos,
sensações e emoções,
enquanto os nossos corpos
seriam apenas um só
Oh...
como eu desejo
navegar nas ondas
do teu corpo
e no crepúsculo da noite
amarar a ti
até há alvorada
do êxtase final.
quarta-feira, julho 07, 2004
Ondas
Oh...
como eu desejo
navegar nas ondas
do teu corpo
Subir ao cume
do teu peito
descer ao centro
do teu universo
cascata de água pura
escondida no meio
de uma floresta virgem
Sentir na minha boca
o sabor adocicado
dos teus lábios
o sabor salgado
do teu baixo ventre
perdido por entre
os lençóis de cetim
que te cobrem
Oh...
como eu desejo
navegar nas ondas
do teu corpo.
terça-feira, julho 06, 2004
segunda-feira, julho 05, 2004
Aqui onde a Terra acaba e começa o finito do espaço infinito que nos rodeia;
onde o sol brilha eternamente numa noite sem fim;
em que pequenos pontos piscam incessantemente, como que a chamar-nos;
situa-se um local belo, paradisíaco até...
onde o Homem se encontra com Deus e se entrelaça a mortalidade com a imortalidade por uma breve fracção de segundo, o bastante para...
Um pequeno tributo a Sophia
Pirata
Sou o único homem a bordo do meu barco.
Os outros são monstros que não falam,
Tigres e ursos que amarrei aos remos,
E o meu desprezo reina sobre o mar.
Gosto de uivar no vento com os mastros
E de me abrir na brisa com as velas,
E há momentos que são quase esquecimento
Numa doçura imensa de regresso.
A minha pátria é onde o vento passa,
A minha amada é onde os roseirais dão flor,
O meu desejo é o rastro que ficou das aves,
E nunca acordo deste sonho e nunca durmo.
Sophia de Mello Breyner
Sou o único homem a bordo do meu barco.
Os outros são monstros que não falam,
Tigres e ursos que amarrei aos remos,
E o meu desprezo reina sobre o mar.
Gosto de uivar no vento com os mastros
E de me abrir na brisa com as velas,
E há momentos que são quase esquecimento
Numa doçura imensa de regresso.
A minha pátria é onde o vento passa,
A minha amada é onde os roseirais dão flor,
O meu desejo é o rastro que ficou das aves,
E nunca acordo deste sonho e nunca durmo.
Sophia de Mello Breyner
sexta-feira, julho 02, 2004
quinta-feira, julho 01, 2004
Pensamento a reter
"Não há passageiros na nave espacial Terra. Somos todos tripulação" (Marshall McLuhan- sociólogo)
Como eu gostaria de partir numa noite de lua cheia por esse mar fora, em direcção a parte alguma, sem destino marcado. Embarcar no silêncio da alma com as ondas como companhia, e as estrelas por guias. Contemplar a imensidão do espaço profundo, como profundo é o mar, como profundos são os sentimentos contemplativos.
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