Aqui será a areia fina...a falésia...onde, entre voos, poisarei para descansar e meditar, depois voltar a voar entre o azul do mar e o azul do céu.
quarta-feira, junho 29, 2005
Nas asas do Amor
Voa...
Voa minha alma ardente
sedenta de desejo
em busca do que sentes
Voa...
Voa para além do mar
para além do vento e das marés
à procura de que desejas
Voa...
Voa nas asas dos ventos cósmicos
no meio de auroras boreais
ou por entre as nuvens que te prendem
ao encontro de ti...
ao encontro de mim
Voa...
Desprende-te do corpo
onde te encontras
deixa a alma fluir e
levanta voo a meu lado
Voa...
Voa comigo
e nesta eternidade que nos une
faremos o voo perfeito
onde os dois corpos
tornar-se-ão num só
até que o infinito os separe.
28 de Junho de 2004
terça-feira, junho 28, 2005
Sanjoaninas 2005
Sonho de criança
Viemos da Conceição
com desejos de mil cores
e com esta simples canção
brindar estes nossos Açores
São João é nosso amigo
e ás crianças tudo aceita
o Sonho é o nosso abrigo
e a Micas a nossa eleita
O Sonho saiu à rua
p`ra brincar com São João
olha para cima e vê a Lua
mas não percas a devoção
Somos crianças apenas
de corações cheios de amor
poderemos parecer pequenas
mas temos um abraço acolhedor
Ao centro desta linda cidade
viemos trazer alegria
e sem qualquer vaidade
as vossas palmas nos honraria
O Sonho saiu à rua
p`ra brincar com São João
olha para cima e vê a Lua
mas não percas a devoção
Paulo Roldão
(O meu contributo para estas festas maravilhosas - Marcha do Centro Ocupacional O Sonho)
segunda-feira, junho 20, 2005
Cantada
Nesta noite
quase de Lua Cheia
por debaixo deste
tecto escuro e colorido
sinto-me
uma Gaivota
ou um pássaro livre.
Todo o meu ser voa nesta sala
como se parte de mim
estivesse a pairar sobre
e a outra parte não.
Na leveza do espírito
e na simplicidade da alma
por momentos
fui o anjo de mim mesmo,
via e sentia o que ele
já sabia.
De olhos semicerrados
saboreei um prato raro
com especiarias já extintas
acompanhado de um néctar divino
envelhecido ao longo
dos tempos já esquecidos.
Nesta noite
quase de Lua Cheia
vejo milhares de pontinhos brancos
centenas de estrelas cadentes
dezenas de cometas,
mas nesta noite,
apenas se vê
um pequeno grão
de luz multicolor muito raro
que no silêncio da noite
sem que ninguém se aperceba
atravessa esta sala.
Letra a letra
palavra a palavra
ia nascendo,
aos poucos é certo,
poemas complexos
cheios de simplicidade,
eu pairando por sobre mim
ia assistindo a este nascimento
e ao mesmo tempo
cheirando os aromas das notas
que ao acaso iam
acompanhando este
parto indolor.
Os lábios que brotavam
esta melodiosa
harmonia conjugal
não eram de uma simples mortal,
eram de uma Deusa,
de uma alma que já atingiu a perfeição
e mesmo assim,
voltou para cantar e encantar
quem debaixo deste tecto se encontrava.
Os dedos simples e esguios
que ao de leve tocavam as cordas
eram deles que vinha
o som embalante e sensual,
as cordas eram um mero artificio
de quem toca sem precisar de tocar.
O meu Coração
foi pequeno demais
para absorver naquele momento
tanto romantismo
tanta pureza
tanto amor
Por debaixo deste tecto escuro
as luzes apagaram-se de vez.
O pequeno grão
de luz multicolor muito raro
como chegou, assim partiu
mas deixou lembranças
em quem estava e ficou.
Nos trocadilhos ditos e não ditos
sentidos e não falados
plantou a mensagem que trazia.
Quem a captou sentirá o que sinto,
um sentimento misto
de felicidade e paixão.
Felicidade por agora saber
que não estou só
onde quer que eu esteja,
Paixão por ter aprendido a amar
as coisas mais simples da vida
como uma nota de música
ou uma simples palavra,
tal como a sensação de ser,
por breves momentos,
anjo de mim mesmo.
Agora que deixei de pairar
por sobre mim
e sou uno nesta minha dualidade
sinto uma sensação
de paz profunda
uma calma angelical
que absorve todos os meus sentidos.
Por momentos estive
onde queria estar
e nunca estive,
por momentos senti-me etéreo
por momentos...
foi mais que meia hora.
Agora,
segundos passados,
depois de preliminares sentidos
sinto-me quase que a cometer
um adultério sem o ser,
uma sensação de prazer estonteante
que culminou num clímax
de sentidos indescritíveis.
16 de Junho de 2003
sexta-feira, junho 17, 2005
Paz no Mundo só
segunda-feira, junho 13, 2005
Olhos que cegam
Os teus olhos
Cor de carvão puro e intacto
Aninhados justamente no meio
De um branco quase angelical
Como branco é o lenço
Que cobre o teu cabelo
Afaga o teu pescoço
Os teus olhos
Debruçados no meio
Desse rosto perfeito
Qual peça de porcelana
Estatua de um mestre intemporal
Quase me cegam com essa luz
Que emanas sem saber
Os teus olhos
Esses teus deslumbrantes diamantes negros
Duas Luas numa noite sem estrelas
São uma visão infinita do meu ser
Do teu imaculado rosto de cetim
Onde escondes o teu sedoso cabelo
Intocável por debaixo desse lenço puro...como tu.
13 de Junho de 2005
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