quinta-feira, fevereiro 19, 2009

Devaneio Maligno

Só me apetece
Abrir as comportas
Do rio que corre
Nas entranhas da terra

Abri-las de par em par
E ver jorrar
Pingo a pingo
O líquido a correr

Sem dó nem piedade
Sentir o vermelho
Desse rio escondido
Esvair-se na luz

O que será melhor?
Aqueles que sem raízes
Andaram de terra em terra
Sem afecto ou amor
Ou aqueles que
Mesmo com raízes
Não sentem afecto ou amor?

Só me apetece
Fechar os olhos
Encher os pulmões de ar
Respirar por breves momentos
E partir

7/07/2008


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